sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O Famigerado BBB(B)

"O quê você está esperando? Vamos dar uma 'espiadinha'?"



Editoria: Comportamento

Texto Publicado no Jornal Dia@Dia

Fevereiro/2010.



Nos dias atuais não se fala em outra coisa. Seja no trabalho, no colégio, nas rodas de amigos ou em casa, com a família. Só se fala em BBB – Big Brother Brasil.


A mídia faz sua parte, com a programação reservada para o horário nobre, sem contar os flashes durante toda a grade.


Na internet há uma verdadeira avalanche de informações: Últimas notícias, curiosidades, fofocas, vídeos, enquetes e até mesmo previsões sobre o futuro do programa.


Nas redes sociais então, o fenômeno é incrível. Há centenas de comunidades no Orkut, seja do programa como dos participantes.


No Twitter, o tema não sai dos Trending Topics– ferramenta que destaca as palavras e termos mais publicados pelos usuários no site de microblogging.


Tudo bem, esta é apenas mais uma opção de entretenimento na TV brasileira. Mas de uns tempos pra cá parece que o assunto BBB tomou proporções absurdas!


Mesmo em meio a uma crise política na Capital Federal, enquanto os preços dos combustíveis e alimentos sobem assustadoramente, no momento em que setores da imprensa protestam contra uma possível e absurda volta da censura e, finalmente, há poucos meses de uma eleição presidencial, os brasileiros se preocupam mais em decidir em quem votar para sair da casa do BBB do que discutir os rumos que o país toma!


Somos capazes de saber exatamente qual o plano de fulano tirar beltrano do programa de TV, mas não sabemos nem mesmo quem são os pré-candidatos a governar a sua vida. Ou pelo menos, aquele que vai decidir por você o quanto vai ganhar de salário, ou quanto vai pagar para morar, estudar ou se alimentar.


Seria bom acordar enquanto é tempo. Deixar de ser apenas mais um fã de BBB e mero espectador da sua própria vida e passar vigiar outras casas.


Câmara dos Deputados, o Senado, ou por que não o Gabinete Presidencial são ótimas sugestões, não?


Outra coisa importante: 2010 não é apenas ano de Big Brother Brasil. É ano de eleição presidencial e, tal como no programa de TV, o futuro depende também do seu voto.


É hora de eliminar os candidatos que têm como lema o B.B.B.B. – Brasileiro Bom é Brasileiro Burro. E convenhamos: Há muitos sujeitos que pensam assim.


Parodiando o âncora do programa de TV, vou te fazer um convite: O que você está esperando? Vamos dar uma espiadinha no que está acontecendo em Brasília e vote consciente!


Afinal, você só poderá votar novamente daqui a quatro anos.




segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

As lógicas e as Certezas Improváveis do Futebol

Ah, sim. Com certeza os clásicos são imprevisíveis!



Editoria: Esportes

Texto Publicado no Jornal Dia@Dia

Fevereiro/2010.



Observando as entrevistas dos jogadores de futebol, percebi que existe uma palavra no vocabulário que serve como um atleta polivalente dentro de um time; ela tem várias funções. Ela serve para reforçar uma idéia, negar com ênfase ou mostrar aquilo que é óbvio. E a palavrinha mágica é: Lógico.


Oras, mas é lógico que a palavra seria “lógico”. (veja, aqui está o primeiro exemplo, reforçando a idéia). Esta palavra está sempre, em todo lugar, em quase todas as entrevistas. Faz parte dos exemplos dos jogadores, especialmente quando reclamam do juiz, dizendo que “é lógico que o árbitro sempre erra mais contra do que a favor do nosso time”.


Mas engana-se quem pensa que esta é a palavra mais repetida pelos jogadores. É lógico que não! (veja aí o segundo exemplo). Todo mundo sabe que a palavra mais repetida pelos jogadores é a consagrada “com certeza”. É, esta é de dar calafrios, de tanto que já estamos cansados de ouvir.


Ok, caro e atento leitor. Você percebeu que na verdade estas são duas palavras, mas na linguagem traduzida para o futebolês, essa expressão já se tornou, com absoluta certeza “concerteza”. Detalhe: observe que já foi feita, inclusive, a modificação para respeitar a regra do “M” somente antes de P e B ou no fim das palavras.


Ah, faltou o último exemplo! Mas para isso eu deixei um exemplo prático. O jogo deste fim de semana: Palmeiras x São Paulo.


Imagine um clássico, onde dois dos principais times da cidade vão se enfrentar. Ambos com times completos, porém, o primeiro vem de derrota humilhante jogando em casa, teve seu técnico demitido e há dias vem sofrendo protestos da torcida uniformizada.


O outro vem de uma virada convincente, está vivendo uma boa fase com a torcida, a diretoria contratou vários jogadores e, de quebra, estão disputando um importante campeonato internacional. O resultado desse jogo? Ah, vai dar a lógica, claro! (pronto, este foi o último exemplo).


Mas espere aí. Nesse jogo o resultado foi o contrário. Não deu a lógica. 2x0 para o time azarão e pior, o time favorito não teve nenhuma chance, além de ter perdido um jogador expulso e agüentar a torcida adversária gritando “olé”.


É, acho que preciso rever meus conceitos e meus exemplos... É lógico que com certeza esses clássicos são imprevisíveis.


Afinal, como diz aquela velha máxima do futebol: “clássico é clássico e vice-versa!” Com certeza, isso é lógico.



sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Bem-vindos à Vida Real


"Acabou o Carnaval. Sejamos todos bem-vindos à vida real"



Editoria: Comportamento

Texto Publicado no Jornal Dia@Dia

Fevereiro/2010.



Acabou a música, os confetes já foram varridos, as serpentinas não adornam mais as praças, as fantasias voltaram para os armários, enfim, terminou o carnaval. Sejamos todos bem-vindos à vida real.


Agora não há mais marchinhas para encobrir os gritos de socorro, não estamos anestesiados pelo álcool, não há máscaras cobrindo o rosto. Voltamos a ter responsabilidades.


Depois de quatro noites de puro êxtase e entrega aos prazeres da carne eis que surgem novamente todos aqueles problemas pessoais e sociais que sumiram milagrosamente por algum tempo.


Chegou a hora de contabilizar as conseqüências dos dias de festa. De perceber que nem só de futebol, churrasco, cerveja e “rebolation” vive o brasileiro.


Hora de assumir que praticamente “levamos com a barriga” o ano até aqui e que, somente agora, o ano vai começar de fato.


Precisamos correr atrás do prejuízo! E não estou falando apenas do sono atrasado, dos quilos a mais depois de tanto churrasco e cerveja, ou das besteiras que falamos durante a festa do Rei Momo.


É hora de perceber que o tempo não para, que as oportunidades passam e não voltam mais. É hora de perceber que temos MUITAS responsabilidades e elas estão aí, à nossa espera, aguardando que tomemos as decisões.


Sobretudo, é hora de entender que não somos meros espectadores da vida, alimentados de “pão e circo”. Somos protagonistas.


Que há inúmeros escândalos nos governos municipais, estaduais e federais; E que é nosso direito e, principalmente, nosso dever cobrar ações dos responsáveis.


Que ainda há pessoas desabrigadas em nossa cidade por causa das enchentes. Que você pode ajudar alguém.


Que você tem família, amigos, e que pode ter alguém que espera por um pouco da sua atenção, carinho, ou apenas uma visita.


É hora de perceber que chegou o momento de cair na real, assumir as responsabilidades e começar a agir. E não apenas resmungar por aí que chegou aquela época chata do ano. Aquela que fica entre o carnaval e o réveillon. A época de trabalhar.


Já passou da hora de guardarmos as fantasias de carnaval e finalmente acordar para a vida.




sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O Som Que Mudou a Minha Vida


"Os desenhos na tela representavam aquelas ondas sonoras que apesar de muito suaves tinham uma força tremenda"



Editoria: Comportamento

Texto Publicado no Jornal Dia@Dia

Fevereiro/2010.



Esta semana eu ouvi um som que mudou a minha vida.


Não era lá grande coisa, pois foi preciso uma ferramenta amplificar seu ruído para que pudesse ser ouvido.


Também não era muito interessante, pois o mesmo som se repetia continuamente e de forma acelerada. Como se fosse um pequeno tambor de escola de samba que toca sempre a mesma nota.


Parecia ser nada de mais. Mas apenas parecia... Não era nenhuma melodia, mas soou como música para meus ouvidos.


Naquele momento aquilo se tornou a coisa mais preciosa que eu poderia ouvir. Era como se o mundo tivesse se perdido em silêncio e somente aquele som rasgava a sala em que eu estava e me fez estremecer por dentro.


Fiquei em êxtase, hipnotizado, perdi a voz, as palavras os sentidos. Meus olhos só conseguiram buscar um monitor que apresentava uns gráficos. Os desenhos na tela representavam aquelas ondas sonoras que apesar de muito suaves tinham uma força tremenda.


Por um instante, não consegui pensar em nada. Se me permitem a redundância, não há como descrever uma sensação que só se pode sentir. Me permitam, pois é exatamente isso. Não existem palavras capazes de traduzir o sentimento único que é descobrir que uma nova vida está se formando.


O som que eu acabara de ouvir era do exame de ultrassom que apontou a gravidez de minha esposa. Os gráficos mostravam os batimentos cardíacos do bebê que, embora ainda tenha pouco menos de meio centímetro, já possui um coraçãozinho cheio de vida.


Sim! Eu vou ser pai!!


Esta semana eu ouvi um som que mudou a minha vida... e mudou para sempre!



segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

A Maior Clínica de Recuperação do Mundo


Pense bem, mas me responda rápido! As vagas estão acabando...


Editoria: Esportes

Texto Publicado no Dia@Dia Jornal

Fevereiro/2010.



Ei você! Você, caro treinador de clubes europeus. Você tem algum jogador com fama de bad-boy? Algum jogador que está com rendimento muito abaixo do esperado? Ou quer valorizar aquela “eterna promessa” fazendo-o jogar campeonatos com visibilidade internacional?


Ah... mais do que isso: quer fazer com que seu jogador reencontre a “felicidade de jogar futebol”? (seja lá o que isto sifnifique)


Eu tenho a solução! Vou mandá-lo para a melhor clínica de recuperação de jogadores do mundo. É tiro-e-queda, certeza de resultados.


Exemplos são o que não faltam: Adriano, o Imperador; Ronaldo, o Fenômeno; Carlos Alberto; Amoroso; Roberto Carlos e agora, por último, o Rei das Pedaladas, Robinho.


Sim, meu caro “professor”. Aqui seus alunos vão fazer as aulas de recuperação em turno dobrado. Treinos pela manhã e à tarde. Bem diferente da mamata encontrada aí no clima temperado da Europa.


Aqui a chapa esquenta, literalmente! Os jogos são debaixo de um sol de 40 graus. Eles vão suar a camisa ainda que sentados no banco de reservas. É promessa de retornar “sequinho” ao clube de origem.


Pense bem, amigo treinador. Você só terá vantagens! Terá uma dor de cabeça a menos, sem aquelas tradicionais baladas depois dos jogos, e a imprensa vai parar de pegar no seu pé por deixar encostado aquele jogador comprado à peso de ouro.


Ah! E se fechar negócio comigo eu ainda lhe dou preferência de compra de um futuro craque. Aqui eu tenho vários. E aí, o que me diz?


Olha, pense bem, mas me responda rápido! Acabo de ver um dos meus pacientes recém chegados literalmente tirar de letra a desconfiança que rondava seu nome. E as vagas estão acabando.


Hmm... não sei não. Acho que o senhor demorou demais. Parece que o Cicinho já está vindo pra cá, e receio não ter mais vagas. Bom, de qualquer forma, fique com meu cartão. Quem sabe o senhor precise de mim na próxima janela.


A propósito, meu nome é Futebol Brasileiro. A gente volta a se falar. Até a próxima negociação!