Renato Russo foi um gênio que soube codificar críticas políticas em sua música
Renato Russo, além de grande compositor e vocalista de uma das mais importantes bandas da história do rock brasileiro era também um visionário!
Ouvindo a discografia da Legião Urbana é possível perceber como aquelas letras rabiscadas em meados da década de 80, início de 90 ainda são extremamente atuais. Algumas parecem ter sido tiradas das manchetes dos jornais.
Desde Faroeste Caboclo um verdadeiro protesto político em forma de música (lançada em plena ditadura) narra uma história que não é muito diferente dos dias atuais.
Jovens que fogem do sertão em busca de dinheiro na cidade grande, mas que, quando chegam à selva de pedra, acabam se perdendo no mundo das drogas e, por fim, a própria vida.
Mais do Mesmo? O próprio título é auto-explicativo. Conta mais historias sobre os mesmos problemas vividos pela população brasileira, desde aqueles tempos até hoje.
Jovens, brancos, sobem o morro das favelas em busca de diversão e drogas. Ou então, o que poderia ser interpretado como sociólogos a serviço do governo e ONGs que pensam que conseguem maquiar a realidade do país com trabalhos superficiais e bastante limitados. “Querem um retrato do país? Mas queimaram o filme...”
Aliás, se dissesse que esta mesma letra tivesse sido escrita por Nostradamus, certamente diriam que foi uma profecia: “em vez de luz, tem tiroteio no fim do túnel”. Certamente o leitor deve ter se lembrado das freqüentes trocas de tiros na boca do túnel Santa Bárbara no Rio de Janeiro.
Mais tarde, lança Perfeição. Uma letra forte, complexa, acompanhada de arranjos marcantes de guitarra, soa como um grito de socorro, puro rock n’ roll.
Despido da influência do samba, do futebol e dos sorrisos superficiais que anestesiam a população, Renato Russo escancara a dura realidade do país. Ironiza a eterna celebração de um povo que vive em festa mesmo com tantos problemas. Viajando em um paradoxo musical a canção celebra a estupidez humana, inclusive a do próprio compositor, mas também aponta um final feliz, o que seria a salvação.
Renato Russo foi um gênio que soube criptografar mensagens e críticas políticas em sua música, de modo a fugir da censura aplicada na época. Seu trabalho foi tão bem sucedido em sua complexidade e plenitude que ainda hoje tentamos decifrar seus pensamentos de vanguarda.
Afinal, como ele mesmo profetizou: o mundo anda tão complicado!
*Editoria: Cultura
Texto Publicado no Jornal Dia@Dia em Outubro/2009.
Renato Russo, além de grande compositor e vocalista de uma das mais importantes bandas da história do rock brasileiro era também um visionário!
Ouvindo a discografia da Legião Urbana é possível perceber como aquelas letras rabiscadas em meados da década de 80, início de 90 ainda são extremamente atuais. Algumas parecem ter sido tiradas das manchetes dos jornais.
Desde Faroeste Caboclo um verdadeiro protesto político em forma de música (lançada em plena ditadura) narra uma história que não é muito diferente dos dias atuais.
Jovens que fogem do sertão em busca de dinheiro na cidade grande, mas que, quando chegam à selva de pedra, acabam se perdendo no mundo das drogas e, por fim, a própria vida.
Mais do Mesmo? O próprio título é auto-explicativo. Conta mais historias sobre os mesmos problemas vividos pela população brasileira, desde aqueles tempos até hoje.
Jovens, brancos, sobem o morro das favelas em busca de diversão e drogas. Ou então, o que poderia ser interpretado como sociólogos a serviço do governo e ONGs que pensam que conseguem maquiar a realidade do país com trabalhos superficiais e bastante limitados. “Querem um retrato do país? Mas queimaram o filme...”
Aliás, se dissesse que esta mesma letra tivesse sido escrita por Nostradamus, certamente diriam que foi uma profecia: “em vez de luz, tem tiroteio no fim do túnel”. Certamente o leitor deve ter se lembrado das freqüentes trocas de tiros na boca do túnel Santa Bárbara no Rio de Janeiro.
Mais tarde, lança Perfeição. Uma letra forte, complexa, acompanhada de arranjos marcantes de guitarra, soa como um grito de socorro, puro rock n’ roll.
Despido da influência do samba, do futebol e dos sorrisos superficiais que anestesiam a população, Renato Russo escancara a dura realidade do país. Ironiza a eterna celebração de um povo que vive em festa mesmo com tantos problemas. Viajando em um paradoxo musical a canção celebra a estupidez humana, inclusive a do próprio compositor, mas também aponta um final feliz, o que seria a salvação.
Renato Russo foi um gênio que soube criptografar mensagens e críticas políticas em sua música, de modo a fugir da censura aplicada na época. Seu trabalho foi tão bem sucedido em sua complexidade e plenitude que ainda hoje tentamos decifrar seus pensamentos de vanguarda.
Afinal, como ele mesmo profetizou: o mundo anda tão complicado!
Eu amoooooo o Renato Russo......Ficou muito legal, parabens pelos textos todos são lindos...
ResponderExcluirUm abraço meu querido, apessar do tempão que agente não se ve fique sabendo que vc é um amigo muito querido...Bjs