quinta-feira, 24 de setembro de 2009

U1000D


Ser humilde é bem diferente de ser subserviente


* Texto Publicado no Jornal Dia@Dia em Setembro/2009.


Você é humilde?

O
k, eu sei que é difícil responder sem se despojar de vaidades, status ou o próprio orgulho em ser autêntico. Mas quem disse que ser humilde significa ter baixa auto-estima? Parece que alguns significados se perderam no caminho...

É comum, hoje em dia, ouvir dizer que fulano é uma pessoa humilde. Geralmente, a palavra “humildade” é usada como sinônimo de pobreza. Um eufemismo que embora seja compreensível socialmente, por outro lado acaba distorcendo seu verdadeiro significado.

Humildade vem do latim húmus, que significa “filhos da terra” ou ainda “terra fértil”. Oras, se viemos do solo, estamos todos no mesmo nível, ninguém é mais digno, melhor ou pior que outro, pois acima de tudo, somos todos humanos. E humanos férteis na emoção, nos sentimentos.

Sentimentos que nos tornam ainda mais próximos, a ponto de fazer com que nos coloquemos na pele do outro, sentimos suas dores, vivenciamos suas alegrias.

Mas veja, ser humilde é diferente de ser subserviente! A pessoa subserviente se dobra frente qualquer coisa, já a pessoa humilde, ao contrário, alegra-se, compadece-se, compartilha com o próximo suas emoções. Embora não pareça, há muita, mas muita diferença entre as duas opções.


No outro extremo, qualquer coisa acima disso, se torna arrogância, soberba. Se achar o máximo é como celebrar a beleza ao espelho. Satisfaz a si próprio, mais ninguém, como uma celebração egoísta. No mais, apenas afasta os outros. E aquela pessoa antes tão fértil em amizades, no fim, apodrece, seca, definha. Morre sozinha.

Aliás, a humildade, na verdade, é uma coisa estranha: No momento em que pensamos que a temos, já é tarde. Acabamos de perdê-la.

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