Geisy Arruda. Expulsa da Uniban por usar vestido curto e ser insultada por colegas
*Editoria: Cultura
Texto Publicado no Jornal Dia@Dia em Novembro/2009.
Esta semana assistimos o desenrolar de uma história bizarra. Sim, no país tropical, aquele que é conhecido como a terra do samba, do carnaval e mulheres semi nuas parou para assistir uma multidão de estudantes universitários (?) insultarem agressivamente uma garota – que é também colega da faculdade – por usar um vestido curto.
Oras, quanta hipocrisia! Como se isto fosse uma novidade, ninguém nunca viu uma mulher com roupas sensuais no Brasil. Um verdadeiro apagão do bom-senso, do coleguismo, da postura, da ética e das boas maneiras. Coincidentemente, isto ocorreu dentro do lugar que, por definição, deveria ensinar esse tipo de conduta.
Há que se fazer, entretanto, um contraponto. Geisy Arruda pode ser inocente nas acusações que sofreu, mas também não é ingênua. Como toda mulher, já sabe desde quando seu corpo começa a se transformar de que ela chama a atenção dos garotos. Ela provocou os rapazes sim, mas daí a afirmar que ela é a culpada por tudo que ocorreu já beira ao exagero.
Na minha opinião, pior do que aqueles que se disseram “agredidos” pela ousadia do vestido curto da garota - que não deve passar de um grupinho de 10 pessoas - e começaram a xingá-la – e nesse ponto perdem totalmente a razão - são aqueles que embarcaram na idéia desses “sem-noção” e, protegidos pelo anonimato da massa, inflamaram toda a faculdade com gritos e palavrões contra a estudante.
São os chamados “Maria-vai-com-as-outras”. Aqueles que não têm capacidade de tomar decisões próprias e preferem seguir o fluxo da opinião alheia como forma de proteção e assim, se achar um pouco mais “descolado” na rodinha.
É uma pena que no século XI ainda somos obrigados a presenciar atitudes que beiram a irracionalidade como essas. Em uma atitude infantil, grosseira e estúpida, agrediram verbalmente uma colega, arranharam a imagem de uma instituição de ensino e fizeram com que a sociedade voltasse os olhos para um de seus problemas mais simples e que é dever não só das escolas e faculdades mas também dos pais: educar, e bem, seus filhos.
Para comemorar uma olimpíada, uma copa do mundo é fácil, demos um verdadeiro show. Mas falhamos no simples fato de educar e ensinar boas maneiras aos jovens. É como uma usina de Itaipu vazia, sem sentido, sem razão para existir.
Uma faculdade cheia de gente mas vazia de conteúdo, um verdadeiro apagão cultural na educação dos jovens brasileiros.
Bem, sobre esse caso eu não tenho um conceito formado, mas digo: OS MEIOS JUSTIFICAM OS FINS!
ResponderExcluirNós...só vimos o fim.
Estamos no páis do carnaval e da pouca roupa, sim estamos. Mas acho que há lugares especificos para isso. Caso ela tivesse numa balada, numa avenida desfilando para escola de samba ou na praia...nada disso iria acontecer.
Mas ela estava em uma instituição de ensino, onde até entendo a postura da faculdade em apenas proteger o seu nome para não cair no conceito publico.
Tudo bem, usar pouca roupa é legal, eu tbm uso as vezes...mas acho que ter a noção de onde usar essas roupas é bom.
Eu não usaria para ir a uma faculdade ou uma igreja, por exemplo!