segunda-feira, 5 de julho de 2010

O Que Deu Errado Na Seleção?


Que ironia. De tanto querer evitar, a seleção pecou pelo excesso e os erros foram os mesmos.


*Editoria: Esportes
Texto Publicado no Jornal Dia@Dia
Julho de 2010.



Sabe quando dá tudo errado? Mesmo depois de horas, dias, meses, anos de preparação, quando chega a hora “H”, dá tudo errado. Que frustração!

Este é o sentimento dos jogadores e da comissão técnica da seleção brasileira no desembarque, após a eliminação precoce no mundial da África do Sul.

E agora. O que fazer?

Pensar nos erros, enumerá-los e tentar corrigi-los na próxima Copa pode ser uma boa sugestão. Mas não deve ficar só nisso.

Se pensarmos bem, Dunga tentou fazer este ano, exatamente o contrário do que aconteceu na ultima copa, em 2006.

Em vez de um treino-show, com arquibancada lotada e muita badalação dos jogadores, o ex-capitão preferiu o isolamento total.

Treinos secretos, imprensa barrada, sem direito a entrevistas de jogadores mesmo nos dias de folga. Não adiantou.

O fracasso foi igual. Na mesma fase, por um gol de diferença, contra um time europeu e por conta de falhas individuais.

Não seria o caso de pensar um pouco além do óbvio? Ao tentar corrigir os erros do passado, caímos na armadilha dos excessos. 

De tanto querer evitar, a seleção pecou pelo excesso de cuidado e os erros foram os mesmos. Que ironia!

Tal como tomar uma overdose de um remédio para curar um sintoma anterior. Acaba-se adoecendo do mesmo jeito.

Penso que está na hora de mudar. Mudar a forma de se pensar a seleção.

Não apenas tentar achar nomes bonitos como “Famílias Scolari”, “Exércitos de Guerreiros do Dunga” ou “A Festa na Suíça”.


Está na hora do simples. Ser simplesmente a Seleção Brasileira. Com jogadores que jogam e vivem pelo seu país.

Que tenham o tão falado comprometimento com a equipe, mas, sobretudo, com os 190 milhões que ficam torcendo por eles.

Antes de tudo, é preciso resgatar o sentimento mais puro para jogar na seleção: A alegria de jogar futebol. E representar o seu país.

Quem sabe assim, passamos a acertar o passo? O tempo está passando e temos quatro anos para aprender.

Porque em 2014, temos que fazer a nossa lição de casa e em casa. Literalmente.


Um comentário:

  1. Muito bom sua reflexão sobre a ja esperada decepçao da nossa seleção, decepçao nao pela derrota mas pela perca da identidade, do futebol alegre que é a marca do Brasil que estamos acostumados a ver jogar

    bj Eddy
    Larissa

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