Déjà vu
O ano é 2011, mas parece que voltei a viver o início do ano de 2010.
É tudo sempre igual: as pessoas saem de férias, as escolas param, não tem futebol na tv, os programas esportivos ficam chatos, os reallities Shows são piores ainda...
Só que mais coisas se repetiram e, acredite, são muito piores do que assistir a mais uma edição do BBB: as chuvas, as enchentes, as tragédias.
No Rio de Janeiro, novos desmoronamentos, mortes, desaparecidos. Em São Paulo, enchentes, caos no trânsito, muitos desabrigados, prejuízos incontáveis.
Mas não é preciso ir muito longe. Vou me limitar a falar sobre a minha cidade, Atibaia, a cerca de 70km de São Paulo capital.
Tal como em 2010, o ano novo começou com o pé esquerdo (para não dizer com o pé na lama) para muita gente.
Chuva, muita chuva. Falta de saneamento básico, ausência de ações preventivas contra enchentes, tudo isso só poderia resultar em graves problemas para a população.
O resultado dessa equação é simples: chuva + descaso das autoridades = tragédias
O mais revoltante de tudo isso é que, ao que parece, as autoridades ainda não aprenderam com os erros do passado. É de conhecimento público que os primeiros meses do ano são de alto nível pluviométrico e que, caso não se tomem medidas preventivas contra enchentes, os prejuízos serão certos.
Porém, não obstante, novamente, os mesmos (e graves) problemas se repetiram. E mais vidas que se foram...
E o que é pior. Muitas pessoas que sofreram com as enchentes do ano passado, depois de muita luta, esforço e trabalho para reconstruirem suas vidas, eles se vêem novamente com um único bem: a vida. Isto é, aqueles que por Deus, por sorte, ou por ambos, conseguiram sobreviver.
Como se fosse uma tradição ter sua casa invadida por uma enxurrada lamacenta malcheirosa...
E a culpa é de quem? Isso também se repete. O dircurso do jogo de empurra-empurra é mais conhecido do que marchinha de carnaval. O prefeito culpa o governo do estado, que, por sua vez, reclama da falta de verba do governo federal. Aí, quando não se tem mais para quem empurrar, dizem que a culpa é da... chuva(!!!). A culpa é da natureza.
Ninguém admite. Nem mesmo aqueles que invadiram áreas de risco, de várzea, que em outras épocas eram pastos e hoje são grandes áreas asfaltadas ou de concreto.
A culpa é de todos. É o nosso planeta pedindo socorro. Ou tentando retomar o que tiramos dele. É a reação contra uma ação. É inevitável.
A história ensina que o planeta já provocou a extinção de gerações para reestabelecer o equilíbrio da natureza. Foi assim com os dinossauros, segundo os cientistas. Foi assim no dilúvio, segundo a bíblia. Até nisso ambas as correntes concordam. E veja que isso nunca foi tão simples acontecer.
É, parece que já vi esse filme...
E acho que não gostei do final.